segunda-feira, dezembro 10, 2012

Trecho do Livro 'Alice no País das Maravilhas'

"Nesta direção", disse o Gato, girando a pata direita, "mora um Chapeleiro. E nesta direção", apontando com a pata esquerda, "mora uma Lebre de Março. Visite quem você quiser quiser, são ambos loucos." "Mais eu não ando com loucos", observou Alice. "Oh, você não tem como evitar", disse o Gato, "somos todos loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca". "Como é que você sabe que eu sou louca?", disse Alice. "Você deve ser", disse o Gato, "Senão não teria vindo para cá." Lewis Carroll

segunda-feira, junho 18, 2012

Meu querido Neruda!

Acontece "Bateram à minha porta em 6 de agosto, aí não havia ninguém e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira e transcorreu comigo, ninguém. Nunca me esquecerei daquela ausência que entrava como Pedro por sua causa e me satisfazia com o não ser, com um vazio aberto a tudo. Ninguém me interrogou sem dizer nada e contestei sem ver e sem falar. Que entrevista espaçosa e especial!" Pablo Neruda

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

O Sr. Osho e a sua sabedoria!

"O Amor não deveria ser exigente,
senão, ele perde as asas e não pode voar;
torna-se enraizado na terra e fica muito mundano.
Então ele é sensualidade e traz grande infelicidade e sofrimento.
O amor não deveria ser condicional, nada se deveria esperar dele.
ele deveria estar presente, por estar presente, e não por alguma recompensa, e não por algum resultado.
Se houver algum motivo nele, novamente seu amor não poderá se tornar o céu. Ele está confinado ao motivo;o motivo se torna sua definição, sua froteira.
Um amor não motivado não tem fronteiras:
É a fragância do coração."


Osho

quinta-feira, janeiro 12, 2012

*-*

"Dentro dessa noite
Tudo vai girar
Dentro dessa noite
Tudo vai
Pode estar até a verdade
Tudo que eu fizer vai ser pra ver aos olhos dela
Vai sobrar carinho se faltar estrada ou carnaval
E vai dançar até
Vai dançar até a verdade"


Marcelo Camelo

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Sobre a Maldade!

Mesmo o maior dos gênios é decididamente limitado numa esfera qualquer do conhecimento, fundamentando assim seu parentesco com a espécie humana essencialmente errada e absurda; assim, qualquer um possui algo de moralmente mau, e mesmo o melhor e mais nobre caráter nos surpreenderá ocasionalmente com traços isolados de maldade. Pois justamente por forças deste seu componente mau, deste princípio mau, foi obrigado a tornar-se homem."


Schopenhauer

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Amor incondicional?

"Eu sempre achei que o amor, que o grande amor, fosse incondicional. Que quando duas pessoas se encontram, quando este Encontro acontece, pode trair, brochar, azar, todas as porradas… Sendo o grande amor, ele voltará triunfal, sempre. Mas não, nenhum amor é incondicional. Então, acreditar na incondicionalidade é decididamente precipitar o fim do amor. Porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você acaba fazendo esse amor passar por tudo… E um amor não aguenta tudo. Nada nessa vida é assim. Daí você fala que esse amor não tem fim, para que o fim então comece. Um grande amor não é possível – e talvez por isso é que seja grande. Assim, nele obrigatoriamente cabe, tem de caber também o impossível. Mas quem acredita? Quem acredita no impossível? Se não apaixonadamente? Como a um Deus, incondicionalmente?"
Michel Melamed

domingo, novembro 07, 2010

Com melhor instinto, tenho menos liberdade?

Ai miserável de mim e infeliz!
Apurar, ó céus, pretendo,
já que me tratais assim,
que delito cometi
contra vós outros, nascendo;
que, se nasci, já entendo
qual delito hei cometido:
bastante causa há servido
vossa justiça e rigor,
pois que o delito maior
do homem é ter nascido.
E só quisera saber,
para apurar males meus
deixando de parte, ó céus,
o delito de nascer,
em que vos pude ofender
por me castigardes mais?
Não nasceram os demais?
Pois se eles também nasceram,
que privilégios tiveram
como eu não gozei jamais?
Nasce a ave, e com as graças
que lhe dão beleza suma,
apenas é flor de pluma,
ou ramalhete com asas,
quando as etéreas plagas
corta com velocidade,
negando-se à piedade
do ninho que deixa em calma:
só eu, que tenho mais alma,
tenho menos liberdade?
Nasce a fera, e com a pele
que desenham manchas belas,
apenas signo é de estrelas
graças ao douto pincel,
quando atrevida e cruel,
a humana necessidade
lhe ensina a ter crueldade,
monstro de seu labirinto:
só eu, com melhor instinto,
tenho menos liberdade?
Nasce o peixe, e não respira,
aborto de ovas e lamas,
e apenas baixel de escamas
por sobre as ondas se mira,
quando a toda a parte gira,
num medir da imensidade
co'a tanta capacidade
que lhe dá o centro frio:
só eu, com mais alvedrio,
tenho menos liberdade?
Nasce o arroio, uma cobra
que entre as flores se desata,
e apenas, serpe de prata,
por entre as flores se desdobra,
já, cantor, celebra a obra
da natura em piedade
que lhe dá a majestade
do campo aberto à descida:
só eu que tenho mais vida,
tenho menos liberdade?
Em chegando a esta paixão
um vulcão, um Etna feito,
quisera arrancar do peito
pedaços do coração.
Que lei, justiça, ou razão,
nega aos homens - ó céu grave!
privilégio tão suave,
exceção tão principal,
que Deus a deu a um cristal,
ao peixe, à fera, e a uma ave?

MONÓLOGO DE SEGISMUNDO
(LA VIDA ES SUEÑO, Ato I, Cena I)

de Pedro Calderón de la Barca